sábado, 12 de janeiro de 2013

Violão de Nylon

Mais um que "voltou a vida"

Reparos realizados

  • Reposicionamento do cavalete
  • Polimento
  • Instalação de Captação
 O cavalete se soltou, possivelmente por excesso de tração. Alem disso o instrumento estava cheio de cola, resultado de fitas adesivas que haviam sido coladas no tampo.]

 Foi reposicionado o cavalete e feito um polimento para retirar todos os resíduos de cola.


 Foi instalado um captador no rastilho, simples, sem equalização.



sábado, 22 de dezembro de 2012

E a gente desesperado por um pedacinho de madeira


A principal matéria prima de todo luthier é a madeira, um bem que a natureza nos dá, mas que por muito tempo vem sendo explorada de forma devastadora e sem controle.

Muitos perguntam por que um instrumento feito por encomenda é tão caro, eu respondo, principalmente pelo custo da madeira que em sua maioria é proveniente de demolições, antigos estoques, móveis antigos, já que muitas estão proibidas de ser retiradas das florestas por estarem se extinguindo.

Mas isso não impede que os "gigantes" desta industria passem por cima de tudo para obter cada vez mais lucro.

Segundo reportagem abaixo da revista guitar load, a gibsom, senhora das guitarras vai pagar a misera multa de US$ 300 Mil por utilizar madeiras de corte ilegal.

http://www.guitarload.com.br/noticia/4210-gibson-e-multada-em-us$-350-mil.html/?utm_source=Newsletter22&utm_medium=News&utm_campaign=Newsletter22_10ago12

Pô, dependendo do modelo tem guitarra desses caras que chega a casa dos R$20.000,00.


A madeira mais idolatrada no mundo todo para fundos e laterais de instrumentos musicais é nossa, vem da Bahia, O famoso Jacaranda Baiano é o sonho de consumo de todo musico.

Seu corte está proibido desde 1993, não se encontra ela por aqui, mas fora do Pais ta sobrando, e uma peça chega a custar R$5.000,00. A madeira sai de forma ilegal é "Esquentada" e volta.

Um luthier com uma boa produção, faz quando muito 20 instrumentos por ano, dificilmente este terá acesso a uma grande carga de madeira ilegal, até por que em sua grande maioria (infelizmente em todo meio existem bons e maus profissionais) eles tem responsabilidade com a natureza.

Pense nisso quando for comprar seu próximo instrumento.

Abçs
Oscar Pavesi

Violão de Nylon


Reparos realizados:
  •  Troca dos trastes
  • Retifica da escala
  • Reposicionamento do cavalete
  • Aplicação de novo verniz


Troca dos trastes e retifica da escala



Remoção do verniz e aplicação de novo acabamento, Foi utilizado Verniz PU Fosco.




Este violão estava cheio de adesivos, oque prejudica em muito o som quando colado no tampo.

Inicio

Olá,

Vamos então dar inicio ao Blog, falando um pouco dos objetivos dele.
A vontade de criar este espaço foi principalmente para divulgar esta forma de arte ainda pouco conhecida fora do "mundo da musica".
Mas quem é Luthier ou Lutier?
A palavra luthier é francesa e deriva de luth ("alaúde").
É um profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de corda com caixa de ressonância, mas não daqueles dotados de teclado. Isto inclui violinos, violas, violoncelos, contrabaixos e todo tipo de guitarras(acústica, elétrica, clássica), alaúdes e bandolins. Era assim que eram chamados os fabricantes de Alaúde na idade média.
Hoje, o termo Luthier passou a ser utilizado por todos os "Construtores" de instrumentos musicais, tais como percussão, sopro, etc.
Assim como eu, quantas vezes você olha pra determinado objeto e se pergunta: "Como será que isso é feito?".
Aqui vocês poderão matar esta duvida, pelo menos no que diz respeito aos instrumentos de corda.
É isso ai, logo inicio a postagem das fotos...
Abçs
Oscar Pavesi

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Enfim o Fim

Pegar um pedaço de madeira ainda pouco trabalhada, muitas vezes totalmente bruta, e lapida-la até conseguir extrair dela o mais belo som.
Esta é a missão do artesão chamado Luthier.

Exercer esta arte tão bela é muito prazeroso e satisfatório, mas ao mesmo tempo é um tanto difícil quando chega o momento de entregar o seu "filho" ao "Pai adotivo". Mas é parte do negócio.

Depois de muito trabalho, erros e acertos nosso instrumento finalmente está pronto, encordoado e "falando" um tanto.




Espero que tenham gostado de acompanhar a construção de um instrumento musical.

Continuem acompanhando, pois logo tem novidades.

Abçs
Oscar Pavesi

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Verniz - Estético e Funcional

 O acabamento empregado nos instrumentos musicais fazem muito mais do que embelezar o mesmo, tem a função de proteger a madeira contra arranhões, batidas, suor, etc.

 Trata-se de uma das partes mais difíceis na construção, devido ao grande numero de variáveis que deve se observar durante o processo, tais como umidade do ar, poeira, lixamento, espessura da aplicação, etc.
 Tem gente que passa a vida toda trabalhando com verniz e ainda assim afirma que não domina totalmente as técnicas.

 Uma das técnicas mais antigas é o polimento francês, ou Goma Laca como é mais conhecido.
 Muitos Luthiers e músicos defendem que este é o único acabamento aceitável, principalmente para instrumentos de concerto.
 Por formar uma película muito fina, não interfere na vibração da madeira, deixando assim o instrumento com som limpo.
 A desvantagem desta técnica e que sai com muita facilidade, mancha com o umidade e suor, Alem de ser de difícil aplicação.

 Hoje tem se utilizado muito o verniz PU (Poliuretano), e a maioria dos luthiers utiliza o verniz automotivo.
 É a opção mais escolhida pois cria uma película protetora vitrificada, o que protege a madeira e deixa os instrumentos como uma aparência inigualável.
 A desvantagem é que se não bem aplicada interfere muito a vibração da madeira, prejudicando o som

 Pode se utilizar ainda o verniz nitro (Nitrocelulose). Possui as mesmas desvantagens do PU, com mais intensidade e sem o mesmo acabamento.

 Uma boa opção seria aplicar no tampo a Goma Laca, e no restante do instrumento o verniz PU, Assim o som ficaria limpo e o restante belo e protegido.

 Para este instrumento que estamos acompanhando a construção foi utilizado verniz PU Fosco, Foi uma opção pois poderia ter sido o verniz de brilho.

 Foram aplicadas varias demãos finas, com lixamento utilizando lixa 220 entre elas para que os poros da madeira fiquem bem fechados.

 A escala e o cavalete não são envernizados, neste caso o cavalete não foi nem colado ainda. Uma fita protege o local onde ele ficara.

 Tecnologia a serviço da qualidade, lixamento entre as demãos.


 Após várias demãos de verniz o bom e velho multi uso.
 A palha de aço faz um lixamento fino e da um bom acabamento. Alem de mais barato e fácil de encontrar do que os abrasivos flexíveis que existem no mercado.

 Pra finalizar lixamento com lixas 1200 ou mais.


 Como optou-se pelo acabamento fosco, não necessita o polimento.

 Logo postarei fotos do instrumento concluído.

Abçs
Oscar Pavesi

terça-feira, 15 de maio de 2012

Cavalete

O cavalete é mais que a peça responsável por segurar as cordas. Ele é responsável por transmitir a vibração que elas produzem para o tampo e assim gerar a onda sonora.

Existe um modelo tradicional de cavalete, que veio com os violões clássicos como estes:


 Já os violões Folk, tem cavaletes com desenhos mais modernos, com curvas.


 Na verdade, a forma do cavalete tem mais a ver com a beleza do instrumento do que com outra coisa.

 Os pontos importantes são, a madeira que deve ser dura e que vibre bem, e o posicionamento, esse sim interfere diretamente no resultado final.

 Para este instrumento fiz um modelo que chamei de Gravata (por me lembrar uma gravata borboleta). Não me lembro se vi este modelo em algum lugar ou criei do zero, Mas ficou bom!



 Ali existem dois "rasgos", o primeiro onde será apoiado o rastilho (Peça de osso onde as cordas se apoiam) e o outro é por onde as cordas irão passar.

 Este sistema de dois rasgos é utilizado pelo Luthier Luciano Queiroz, o qual fez uma viola pra mim a algum tempo.

 Aqui o Instrumento quase completo.


Até a proxima!!
Abçs
Oscar Pavesi